A economia ainda está em recessão, mas já apresenta sinais de recuperação para um futuro próximo. Esses sinais motivam muitas pessoas a retomarem ou iniciarem novos investimentos, porém, com o máximo de segurança e rentabilidade, já que o momento é de cautela e planejamento. Nesse contexto, os consórcios tem ganhado cada vez mais força no cenário nacional, ganhando um imenso crescimento de procuras para compras. A Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC) afirma que a quantidade de cotas vendidas em julho de 2016 chegou a 182 mil, apresentando uma alta de 7,3% em relação ao mês de junho.
Mauro Calil, especialista em investimentos do banco Ourinvest informa que o consórcio é a melhor oportunidade principalmente para consumidores que desejam adquirir um bem, porém não precisam dele imediatamente e buscam mensalidades sem juros.
Por isso, os consórcios, inclusive, tem sido bastante procurados principalmente por jovens recém-casados e pessoas que planejam adquirir um imóvel a médio e longo prazo, mas que ainda não possuem o valor ou renda suficiente para um financiamento – uma vez que suas mensalidades são livres de juros.
Calil ainda ressalta que o consórcio pode ser uma excelente modalidade para pessoas que não tem uma renda fixa ou uma educação financeira de fazer a sua própria poupança. Nesse caso, o consórcio pode servir como uma ferramenta de autodisciplina financeira.
A contribuição mensal de uma cota de consórcio pode chegar a 80 meses para veículos e até 200 meses para imóveis. Ao adquirir uma cota, o cotista depende dos sorteios mensais realizados pelas administradoras do consórcio. Mensalmente, os cotistas contemplados recebem uma carta de crédito, que dá direito ao bem. Outra opção de se obter a carta de crédito é através de lances, em que os mais altos são contemplados. Sem nenhuma dessas vias, o consorciado continuará pagando até o final do contrato. Mesmo que pague até o final das parcelas, os consórcios ainda oferecem a vantagem de serem sem juros.
Como vender consórcios
Essa modalidade é tão benéfica para pessoas que não tem uma poupança, principalmente pela segurança que ela oferece de, se porventura o consorciado não conseguir continuar pagando as mensalidades do consórcio, poderá transferir a sua cota a outro titular, através da venda e resgatar novamente todo o valor investido, sem ficar no prejuízo. Nesse caso, a venda pode ocorrer de forma direta, através de anúncios em classificados ou pela contratação de uma empresa intermediadora. Para a venda direta, é importante que o trâmite seja realizado com assistência de um advogado especializado, para evitar problemas futuros e, na contratação de uma empresa intermediadora, o Banco Central recomenda que a sua seleção seja feita com critério e análise de histórico, pois essas empresas, mesmo legais, não são regulamentadas pelo BC.
Cuidados ao comprar cotas de terceiros
Muitas pessoas optam por comprar cotas de terceiros, que podem ser contempladas ou não. Essa compra pode ser feita diretamente com o consorciado ou através de empresas intermediadoras. A compra direta se dá muitas vezes em classificados, porém, para ambas as situações, cuidados devem ser tomados. É muito comum encontrar em classificados anúncios do tipo ‘vendo consórcio contemplado’, que, para quem deseja adquirir o bem com rapidez, são os mais chamativos. O Abac e o Banco Central, porém, alertam que esses anúncios podem ser oportunidades para fraudes contra os consumidores e aconselham que toda negociação de cotas seja feita com intermediação jurídica.